Já aviso de antemão que essa é uma análise literária baseada em algumas partes da história, não é só uma resenha comum. Então se você quer apenas uma resenha normal, entre aqui. Se não se importar ou já tiver lido o livro, continue lendo!




   Humbert é um pedófilo, sempre sentiu atração por meninas de 9 a 13 anos, crianças que ele denominava com “ninfetas”. Sua patologia nunca havia passado de sentimentos e sensações, até que ele passa a se envolver com Lolita – Dolores Haze, ou simplesmente, Lô – sua enteada órfã.

   O livro se passa com Humbert contando sua história de vida, seus delitos e seus desejos doentios ao leitor e a um júri. Ele conta todos os seus encantos e paixões até chegar a sua Lolita, a criança que despertou maior desejo nesse homem de quase 40 anos. Ela tinha 12 anos quando sua mãe faleceu em um acidente, Charlotte Haze havia se casado com Humbert, sendo ele então o único responsável por Lolita. 

  Inicialmente, Humbert planeja dopar a menina para poder tocá-la enquanto ela dorme, mas algo estranho acontece: Lolita parece consentir com qualquer tipo de relação que ele deseja ter com ela. Mas não se enganem! Isso não transforma o livro em uma história de amor proibido.

  No decorrer da narrativa, vai-se percebendo que a pequena Lô era apenas uma menina curiosa, descobrindo sobre a sexualidade e teve o infortúnio de estar “sozinha no mundo”, tendo apenas seu padrasto pedófilo e ciumento. 

  O próprio Humbert vai relatando que Lolita passa a ter crises de choro, briga com ele e, muitas vezes, o encara enojada. Embora continue mantendo relações sexuais com ele – que ainda bem não são retratadas explicitamente no livro, não se preocupem – ele alega ouvi-la chorando depois, quando pensa que seu “responsável” está dormindo. 

  Seria Lolita apenas uma pré-adolescente com medo de ficar sozinha e por isso se submete a essa relação de pedofilia como seu único modo de sobrevivência? Inúmeras vezes a menina sofre uma espécie de “violência psicológica” já que Humbert faz diversas ameaças em troca do silêncio de Lolita.

  Mais para o desfecho do livro, Humbert passa a deixar mais evidente ao leitor como havia roubado a infância da menina e como ela era infeliz, de certa forma. Também admite que muitas vezes, para alívio da própria consciência, optou por apenas ignorar os sentimentos da jovem Lô. 

  Torci do início ao fim, pela fuga de Dolores das garras de um homem doente. Entretanto, as marcas que todas as adversidades causaram na menina ficam evidentes. Sua vida foi roubada, sua inocência, a descoberta da sexualidade de uma menina e, até mesmo, seu futuro. 

  Nabokov é um autor inteligente que teve o poder de criar um narrador com uma péssima índole, mas que é extremamente poderoso na persuasão. A mesma pressão psicológica que Humbert faz com Lolita, ele também tenta fazer com o leitor, para que o convença de seu “amor” por Dolores Haze. 

  Livro incrível que tem muito a acrescentar na vida de quem o lê. Garanto que não vai se arrepender dessa leitura!


Um Comentário

  1. Olá! Te marquei em uma Tag. Sinta-se a vontade para responder =D

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